segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Banco de imagens: disponibilização moderna para o acesso legal à informação

“A fotografia é o deja vu por excelência e a essência de sua arte, mais do que captar uma imagem, é sublimar um momento, projetando-o para o futuro”.

João Henrique da Rocha Fragoso

Este post da continuidade à informação sobre imagens, em especial as imagens digitais, quando do tratamento, disponibilidade e o uso através dos chamados Bancos de Imagens. Um bom momento para efetivar a pesquisa de imagens e ilustrar as postagens anteriores e posteriores, além de aprender os mecanismos de inclusão das mesmas no Blog.
   Um conhecimento prévio dos direitos reservados sobre uma imagem e sobre quem a registrou é importante na busca por ilustrações. Muitas vezes, podemos nos comprometer por um simples ato de copiar e colar, assim como lesar o autor de uma determinada obra, que deixará de ter seu trabalho reconhecido e de receber os recursos advindos desse reconhecimento. Assim é que apresento, conforme Bittar (2005, p.08) o que é o Direito Autoral “[...] é o ramo do direito privado que regula as relações jurídicas advindas da criação e da utilização econômica de obras intelectuais estéticas e compreendidas na literatura, nas artes e nas ciências.”. No Brasil, esse direito está amparado pela lei 9.610, de 19.02.1998. Especificamente, no caso do uso comercial de fotografias, Bittar nos esclarece que esta prática se situa nos Regimes Especiais de Utilização e destaca que:

A comercialização de fotografias – inclusive por foto-arquivos ou banco de fotos constituídos exatamente para acompanhar a evolução publicitária – perfaz-se também por meio de contratos próprios, em especial os de edição ou de licença (o tipo mais freqüente), ou o de cessão  de direitos,  quanto a obra em si, e de licença de uso de imagem ( quando envolve pessoas), em que se prevêem os direitos em tela e as utilizações pessoais, com as correspondentes remunerações autorais. (BITTAR, 2005, p.76).
   No caso da publicação e uso de imagens na Internet, os bancos de imagens devem respaldar os direitos reservados aos autores da obra. Fragoso (2009, p.146) afirma que:

“[...] a proteção das obras literárias e artísticas independem de seu valor estético intrínseco. Não importa se a obra é “boa” ou “má” sob qualquer perspectiva crítica; basta que preencha os requisitos básicos para que seja uma obra de arte, isto é, a originalidade e a intenção estética.”.
   Os Bancos de imagens segundo Rozados (2010), são sistemas de captura, tratamento, organização e recuperação de imagens digitais. Ferramenta de acesso à informação relacionada a serviços: para obtenção e uso de imagens, bem como memória: para a preservação da memória de uma instituição ou procedimentos, por exemplo. Estes serviços são de cunho comercial e oferecem a imagem como produto, podendo ser públicos ou privados.
   Quanto à indexação e recuperação, o Banco de dados de imagem leva em conta as diferentes interpretações da imagem e diferentes níveis de reconhecimento de seus componentes. Antes de ser recuperada, ela necessita ser descrita e indexada com palavras e a recuperação pode ser realizada através da linguagem booleana ou através da seleção de características visuais significativas (cor, textura e forma).
   Estes aspectos da disseminação da informação, conforme a introdução do artigo de Barbieri, Innarelli e Martins (2002, p.01), representam o novo “[...] paradigma que passou do tratamento dos dados (coleta, transmissão, analise e apresentação), para a definição do armazenamento da documentação e no significado da informação e seu propósito.” e devem ser repensados tanto por bibliotecários quanto por usuários quando surgirem as necessidades de tratamento e uso da mesma.

REFERÊNCIAS

BARBIERI, Cristina Correia Dias; INNARELLI, Humberto Celeste; MARTINS, Neire do Rossio. Gerenciamento eletrônico de documentos: criação de um banco de informações e imagens no Arquivo Permanente da UNICAMP. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS BIBLIOTECAS CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO E MUSEUS,1.,2002. Textos... São Paulo: Imprensa Oficial, 2002. p.53-66.

BITTAR, Carlos Alberto. Regimes Especiais. In: BITTAR, Carlos Alberto. Direito de Autor. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005. p.73 -79.


FRAGOSO, João Henrique da Rocha. As obras fotográficas. In: Direito Autoral: da antiguidade a Internet.São Paulo: Quartier Latin, 2009. p.146.


ROZADOS, Helen Beatriz Frota. Banco de Imagens digitais. Material Disponibilizado para Acompanhamento da Disciplina Informação em Mídias Digitais. UFRGS/ FABICO, 2010. Disponível na plataforma Moodle.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

E a mediação entre a informação visual e o usuário? (cont.)

     A informação que está registrada como uma imagem fotográfica analógica ou digital, em vídeos de DVDs e Cds, e atualmente, em repositórios de informações digitais como Youtube, redes sociais como Orkut, Twitter e demais plataformas de compartilhamento, necessitam de organização para serem recuperadas. Suportes físicos recebem um tratamento padronizado para serem recuperados pelos sistemas de bibliotecas e museus, e segundo Silva (2006, p.05), necessitam de uma dedicação ímpar do profissional da informação que trabalha com este material:

[...] é necessário do profissional da informação além dos conhecimentos técnicos, a sua capacidade cognitiva para   avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza  diferenciada,  devido a sua linguagem não-textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da  informação e disseminação junto aos usuários – pesquisadores das diversas áreas do conhecimento.
   Também é importante dizer que somente através das técnicas biblioteconômicas não será possível para o profissional da informação, a interpretação de uma imagem. Necessário se faz buscar seu contexto, sua história, e até mesmo contar com o auxílio de usuários, ação pela qual o bibliotecário deverá se destacar como pesquisador, e dessa forma adquirir informações que complementem seu catálogo, conforme Silva (2006, p.06) explica:
A identificação do contexto informacional da imagem fotográfica não deve ser baseada apenas em termos, indexadores como pressupõe a indexação para a informação científica e técnica, pressupõe prever a demanda do perfil do usuário da instituição que detêm a curadoria do acervo fotográfico. O papel do profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário possibilita a reflexão e análise correta do documento fotográfico, e possibilita uma indexação com termos que possam garantir as múltiplas possibilidades de leitura da imagem.
    No caso das imagens digitais e a sua recuperação em plataformas e repositórios On-line, observamos a relação da padronização presente em sistemas tradicionais, adaptados a estes ambientes virtuais de informação. Para recuperar um vídeo, uma foto, basta digitar uma palavra relacionada a ele (a), a qual tenha sido previamente registrada na plataforma. Esse registro é chamado de TAG, e traz uma nova percepção para a indexação e recuperação de informações, pois a classificação do material (nesse caso, vídeos e fotografias), é realizada por todas as pessoas que compartilham as informações daquele ambiente, profissionais da informação ou não.
   O trabalho de mediação realizado pelos profissionais da informação entre matériais fotográficos e videograficos e seus usuários, é importante no momento em que interfere nos resultados de uma pesquisa, na contemplação da historia local e na preservação da memória coletiva, como afirma Silva (2006, p. 01). A mesma autora afirma que:
É diante desta multiplicidade de interesses nos diversos campos  da pesquisa, que o profissional da informação responsável pelo tratamento desses documentos fotográficos presta a sua  contribuição como mediador da informação e de interprete da imagem, observando as peculiaridades dessas fotografias, sobretudo como documento e fonte de pesquisa, buscando  compreender a diversidade de temas relevantes, entendendo que  esse documento tem suas especificidades, e é a descrição narrativa de seus aspectos visuais que permitirá sua posterior   consulta e recuperação da informação. (SILVA, 2006, p.06).
Portanto, conclui-se que a mediação de informações como trabalho essencial de quem localiza, disponibiliza e acessa informações, requer um olhar global e observador do bibliotecário. As demandas que uma Unidade pode apresentar a cada nova tecnologia que surge, exigem deste profissional uma especialização constante. As novas ferramentas de acesso e uso da informação como as Redes Sociais, os Blogs, e outros, enfim, exigirão deste profissional capacitação para manipular registros virtuais em constante modificação. É preciso uma reflexão sobre quais procedimentos serão os mais adequados a essas novidades.


SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. In: CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA. 2, jul., 2006. Porto Alegre, RS. Associação dos Arquivistas do Rio Grande do Sul, 2006.

Uma imagem pode dizer mais que mil palavras

    Quando falamos em informação, podemos pensar em algo não palpável, invisível, mas com poder de modificar situações diversificadas quando registrada em um bilhete de papel, uma revista impressa, uma pagina da internet, um blog, uma mensagem de celular e por aí vai... Com tanto suporte, realmente o que interessa é a informação em si e a forma que ela poderá ser acessada.

    Considerar a informação “invisível” ou “não palpável” é tentar dar uma característica a algo que até mesmo pela voz é disseminada e tem tanta importância quanto quando está registrada. Além da voz e dos ouvidos como veículos de disseminação e acesso a informação, também somos capazes de realizar esta troca através do olhar, ou melhor das imagens captadas pelo olhar. Através de uma imagem podemos resumir um texto inteiro, uma informação real, por isso o titulo sugestivo “uma imagem pode dizer mais que mil palavras”. Não sei de quem é esta frase, mas posso afirmar que não é minha, mas ela resume bem este post.

   Através do tratamento e a disponibilização de imagens, torna-se possível a disseminação de informações reais de uma geração, por exemplo, ou ainda, uma tentativa de interpretação do momento, já que nem sempre uma foto revela o que realmente pode ter acontecido. Desde que os primeiros cientistas desenvolveram a fotografia e posteriormente a maquina fotográfica, sua intenção era registrar o momento, ou seja, uma informação sobre determinada realidade. E até hoje quando usamos nossas maquinas digitais para tirar uma fotografia ou realizar a gravação de um video, também temos o intuito de registrar uma determinada situação para a posteridade.










segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Avaliação de Blog

Critérios para Avaliação de Blogs

Blog avaliado: Contexto informacional: informação em foco.
Disponível em: http://www.contextoinformacional.com/ Acesso em: 11 set. 2009.


                CRITÉRIOS                                  ANÁLISE

Parâmetros gerais

Tipologia do blog (pessoal, institucional).   pessoal
Têm objetivos concretos e bem definidos?  sim
Se os objetivos estão definidos, os conteúdos se ajustam a eles?  sim
Existe uma política editorial de aceitação de contribuições?  não
Tem domínio próprio?  não
Tem uma URL correta, clara e fácil de recordar? sim
Mostra, de forma precisa e completa, que conteúdos ou serviços oferece?  sim
A estrutura geral do blog está orientada ao usuário?  sim
É coerente o desenho (layout) geral do blog?  sim
É atualizado periódicamente? regular
Oferece algum tipo de subscrição? sim

Identidade, informação e serviços

A identidade do blog é mostrada claramente em todas as páginas? sim
Existe informação sobre (s) criador(es) do blog? sim
Existe um logotipo?  não
O logotipo é significativo, identificável e visível? -----
Existe alguma forma de contato com os responsáveis pelo blog? sim

Nos posts:
- é mostrada claramente informação sobre o autor?  regular
- é mostrada claramente a data de publicação?  sim
- oferece links permanentes?  sim

É dada informação sobre número de usuários registrados e convidados?  sim
Existe um calendário de publicação?  não
Existe um arquivo onde consultar posts anteriores? sim
Existe alguma declaração ética?  não
Oferece links para outros blogs? sim
Oferece links externos a outros recursos de informação?  sim
Apresenta uma lista de palavras-chave para cada post?  sim
Está traduzido em outros idiomas?  não
Existe algum tipo de controle sobre conteúdos polêmicos?  não
Possui uma seção de ajuda?  não
O link da seção de “Ajuda” está colocado em uma zona visível?  -----
Oferece uma vista prévia antes de publicar?  não
Existe algum tipo de buscador?  não, apenas interno.            
O buscador encontra-se facilmente acessível?  sim
Permite a busca avançada?  não
Mostra os resultados de forma compreensível para o usuário?  regular
Dispõe de ajuda para realizar a busca?  não
Qual o número médio de comentários? (calcular sobre os 10 últimos posts).  Em torno de 3 comentários

Estruturas e navegação

A estrutura de organização e navegação está adequada?  sim
Tem algum sistema de navegação distinto da navegação por datas?  sim
Os posts estão classificados tematicamente?  sim
Que número de clics são necessários para ver os comentários aos posts?  1 clic
Que número de clics são necessários para fazer comentários aos posts?  1 clic
Os links são facilmente reconhecíveis como tais?  Não, apresentam o nome da instituição ou pessoal.
A caracterização dos links indica seu estado (visitados, não ativos etc.)  não
Existem elementos de navegação que orientem o usuário sobre onde está e como desfazer sua navegação?  não
Existem páginas “órfãos”?  não

Layout da página

São aproveitadas as zonas de alta hierarquia informativa da  página para conteúdos de maior relevância? sim
Foi evitada a sobrecarga informativa?  sim
É uma interface limpa, sem ruído visual?  sim
Existem zonas em “branco” entre os objetos informativos da página, para poder descansar a vista?  sim
É feito um uso correto do espaço visual da página? sim
É utilizada corretamente a hierarquia visual para expressar as relações do tipo “parte de” entre os elementos da página?  sim

Acessibilidade

O tamanho da fonte foi definido de forma relativa?  sim
O tipo de fonte, efeitos tipográficos, tamanho da linha e alinhamento empregados facilitam a leitura?  sim
Existe um alto contraste entre a cor da fonte e o fundo?  sim
Inclui um texto alternativo que descreve o conteúdo das imagens apresentadas?  não
O site web é compatível com os diferentes navegadores?  sim
Visualiza-se corretamente com diferentes resoluções de tela?  -----
Pode-se imprimir a página sem problemas?  -----

Visibilidade

Link: Google.  não
Link: Yahoo.  não
Link: MSN.  não
PageRank  não
Twitter   sim
YouTube   não
Orkut  sim
Facebook   sim
Unik  não
Outros. Qual(is)?  Rss Feed, Delicious, Digg, Technorati


Avaliação global (comentário pessoal)


RESUMO
CONTEXTO informacional: informação em foco. Blog. Disponível em: <http://www.contextoinformacional.com> Acesso em: 11 set. 2010.


Blog pessoal, abrangente em relação critérios para avaliação de Blogs. Gestão da Informação, Gestão Pública, Memória, Cultura e Arquivo como conteúdo principal. Abordagens especificas sobre gestao e uso da informação. Posts com objetivos definidos. Autor não identificado.


PALAVRAS-CHAVE
Blog. Avaliação de Blogs. Informação.

AVALIAÇÃO

    Um Blog é uma importante fonte de informação quando apresenta de forma clara e precisa a informação, além de ter seu acesso facilitado por meio de ferramentas de navegação, ajuda e interação com o usuário. Deve garantir aspectos éticos da disponibilização virtual da informação bem como a fidedignidade das fontes citadas. O Blog avaliado apresenta os critérios de avaliação de forma abrangente e objetiva, porém, deixa a desejar em alguns pontos, em especial ao destacar o currículo do autor sem identificá-lo, o que de alguma forma lhe traz um ar de insegurança e consequentemente produz ao autor falta de credibilidade.

Avaliado por: Giana Lagranha de Souza
Data da avaliação: 12 set. 2010

Fonte

Adaptado de: JIMÉNEZ HIDALGO, Sonia; SALVADOR BRUNA, Javier. Evaluación formal de blogs con contenidos académicos y de investigación en el área de documentación. El Profesional de la Información, v.16, n. 2, p. 114-122, mar./abr. 2007.