terça-feira, 21 de setembro de 2010

E a mediação entre a informação visual e o usuário? (cont.)

     A informação que está registrada como uma imagem fotográfica analógica ou digital, em vídeos de DVDs e Cds, e atualmente, em repositórios de informações digitais como Youtube, redes sociais como Orkut, Twitter e demais plataformas de compartilhamento, necessitam de organização para serem recuperadas. Suportes físicos recebem um tratamento padronizado para serem recuperados pelos sistemas de bibliotecas e museus, e segundo Silva (2006, p.05), necessitam de uma dedicação ímpar do profissional da informação que trabalha com este material:

[...] é necessário do profissional da informação além dos conhecimentos técnicos, a sua capacidade cognitiva para   avaliar o conteúdo das imagens, buscando compreender que o documento fotográfico tem uma natureza  diferenciada,  devido a sua linguagem não-textual, e requer uma leitura e interpretação para posterior consulta e recuperação da  informação e disseminação junto aos usuários – pesquisadores das diversas áreas do conhecimento.
   Também é importante dizer que somente através das técnicas biblioteconômicas não será possível para o profissional da informação, a interpretação de uma imagem. Necessário se faz buscar seu contexto, sua história, e até mesmo contar com o auxílio de usuários, ação pela qual o bibliotecário deverá se destacar como pesquisador, e dessa forma adquirir informações que complementem seu catálogo, conforme Silva (2006, p.06) explica:
A identificação do contexto informacional da imagem fotográfica não deve ser baseada apenas em termos, indexadores como pressupõe a indexação para a informação científica e técnica, pressupõe prever a demanda do perfil do usuário da instituição que detêm a curadoria do acervo fotográfico. O papel do profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário possibilita a reflexão e análise correta do documento fotográfico, e possibilita uma indexação com termos que possam garantir as múltiplas possibilidades de leitura da imagem.
    No caso das imagens digitais e a sua recuperação em plataformas e repositórios On-line, observamos a relação da padronização presente em sistemas tradicionais, adaptados a estes ambientes virtuais de informação. Para recuperar um vídeo, uma foto, basta digitar uma palavra relacionada a ele (a), a qual tenha sido previamente registrada na plataforma. Esse registro é chamado de TAG, e traz uma nova percepção para a indexação e recuperação de informações, pois a classificação do material (nesse caso, vídeos e fotografias), é realizada por todas as pessoas que compartilham as informações daquele ambiente, profissionais da informação ou não.
   O trabalho de mediação realizado pelos profissionais da informação entre matériais fotográficos e videograficos e seus usuários, é importante no momento em que interfere nos resultados de uma pesquisa, na contemplação da historia local e na preservação da memória coletiva, como afirma Silva (2006, p. 01). A mesma autora afirma que:
É diante desta multiplicidade de interesses nos diversos campos  da pesquisa, que o profissional da informação responsável pelo tratamento desses documentos fotográficos presta a sua  contribuição como mediador da informação e de interprete da imagem, observando as peculiaridades dessas fotografias, sobretudo como documento e fonte de pesquisa, buscando  compreender a diversidade de temas relevantes, entendendo que  esse documento tem suas especificidades, e é a descrição narrativa de seus aspectos visuais que permitirá sua posterior   consulta e recuperação da informação. (SILVA, 2006, p.06).
Portanto, conclui-se que a mediação de informações como trabalho essencial de quem localiza, disponibiliza e acessa informações, requer um olhar global e observador do bibliotecário. As demandas que uma Unidade pode apresentar a cada nova tecnologia que surge, exigem deste profissional uma especialização constante. As novas ferramentas de acesso e uso da informação como as Redes Sociais, os Blogs, e outros, enfim, exigirão deste profissional capacitação para manipular registros virtuais em constante modificação. É preciso uma reflexão sobre quais procedimentos serão os mais adequados a essas novidades.


SILVA, Rosi Cristina da. O profissional da informação como mediador entre o documento e o usuário: a experiência do acervo fotográfico da Fundação Joaquim Nabuco. In: CONGRESSO NACIONAL DE ARQUIVOLOGIA. 2, jul., 2006. Porto Alegre, RS. Associação dos Arquivistas do Rio Grande do Sul, 2006.

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